Amyloodinium Ocellatum é uma das doenças de peixes de aquário
marinho mais rápidas, e também uma das mais mortais. Se um dos seus peixes
apresentar essa doença é altamente provável que todos os peixes que
compartilham o mesmo tanque também estejam infectados. Ela é uma espécie de dinoflagelado (uma alga com uma única
célula, organismo que é classificado entre as plantas e entre os animais).
Figura 1. Amyloodinium ocellatum |
Tratamentos:
Prevenir que esse
parasita desagradável entre em seu aquário em primeiro lugar é muito, muito
mais fácil do que tentar parar ele, uma vez que infectar seu peixe. Então,
procedimentos de aclimatação corretos, incluindo banhos de água doce por 3 a 5
minutos (em tudo!) e uma quarentena por mais ou menos 4 semanas poderá salvar
sua vida marinha de todos os males mencionados acima.
A chave para tratar efetivamente essa doença é o diagnóstico
rápido e o tratamento apropriado. Cada minuto conta com essa doença! Garantir
uma excelente qualidade da água e nutrição durante todo o tratamento ajudará o
sistema imunológico dos peixes e acelerará a recuperação.
Esse organismo não é responsivo a tratamentos com
hipossalinidade assim como o ictio. (as duas doenças são comumente confundidas,
mas são causadas por parasitas muito diferentes) Mas ele pode ser morto nos
seus primeiros estágios de nado livre através de esterilização com UV.
Alguns peixes se expostos a pequenos números de parasitas
podem na realidade se tornar imunes a
infestação quando o número de dinosporos (parasita na primeira fase) é
baixo o suficiente para não causar
mortalidade e depois da infecção os número de trofontes
(parasita na fase final) cai.
Mas tente não esperar por uma imunidade natural, essa é uma
doença de progressão rápida e se não tratada irá matar o seu peixe!
Figura 4 . Ciclo de vida do Amyloodinium ocellatum |
Então, quais são os tratamentos efetivos para essa doença?
1-
Tratamento com cobre:
Cobre na verdade é o único
tratamento efetivo. O tratamento é o mesmo para o ictio: você tem que garantir
que os níveis de cobre na água permaneçam no nível efetivo (0,15-0,25 mg/l) por
pelos menos 14 dias. Isso pode ser testado diariamente, com um teste de cobre
apropriado (quelado ou não) e ajustando-se os níveis seguindo as instruções do
rótulo. Níveis abaixo do apropriado não serão efetivos e níveis muito altos
podem começar a se tornar tóxicos para o seu peixe.
Como mencionado anteriormente, o
cobre é altamente toxico para todos os invertebrados e a melhor opção é remover
todos os peixes (pois essa doença é altamente contagiosa) para um tanque de
quarentena depis de um banho de 3 a 5 munitos em água doce e trata-los lá (no tanque de quarentena), retirando toda mídia
de filtragem química.
Depois de acabar o tratamento
você deverá remover todos os traços de cobre do seu peixe, utilizando para isso
uma mídia química, (como um filtro de carvão) e trocas de água.
O display principal deve ser deixado rodando “esvaziado”, sem peixes por um mês (com ou sem invertebrados). Seja qual for o estágio do ciclo de vida desse parasita no display principal ele simplesmente morrerá por falta de um peixe hospedeiro.
Figura 5 . Um dos tratamentos de cobre mais usados entre os aquaristas |
1-
Banhos de água doce: Embora não seja um
tratamento efetivo para essa doença, banhos de água doce trarão um alívio para
seus peixes infectados porque destroem os outros parasitas que possam estar
nele. Isso pode ser feito antes de remover o peixe para o tanque de quarentena
e antes do tratamento com cobre. Isso também deve ser feito toda vez que vocês
quiser introduzir um novo animal em seu aquário antes do período de quarentena.
Banhos de água doce devem ser feitos sempre com água filtrada e o PH deve ser
ajustado para o mesmo PH da água de transporte do peixe.
2-
Difosfato de cloroquinina: É uma alternativa
simples ao tratamento do cobre que também é uma droga contra a malária! Contudo
ela tem todas as mesmas desvantagens do cobre como ser tóxica para os invertebrados,
também é mais cara que o cobre e mais difícil de achar. A dosagem ativa do Difosfato
de cloroquinina é de 5 a 10 mg/l por 10 dias.
3-
Outros tratamentos: Apesar de você provavelmente
já ter lido que os tratamentos acima são
os únicos efetivos atualmente no mercado, como com as outras doenças existem muitos produtos “milagrosos”
específicos para Amyloodinium “reef safe” e que na verdade possuem um resultado aparentemente
aleatório. Essa doença á tão rápida para matar que você não deve arriscar com
algo que só PODE funcionar. Alguma coisa
deve ser dita sobre os esterilizadores UV, que são capazes de matar os
dinosporos que nadam livremente mas que não são capazes de erradicar os
parasitas do corpo dos peixes em seu estágio de encistamento, então os filtros
UV não são uma cura efetiva.
A linha de fundo aqui é que essa doença é
particularmente letal, contagiosa e muito rápida em debilitar os peixes, pois
ataca seu sistema respiratório primeiro.
Você precisará agir rápido e decididamente
e estar apto para identificar os sinais precocemente. Como eu havia dito a
melhor maneira de tratamento é remover todos os peixes para um tanque de
quarentena trata-los lá e deixar o display principal descansar por pelo menos
um mês enquanto os pequenos nojentos levem a cabo o seu ciclo de vida, e
morram, sem peixes para ser hospedeiros, alternativamente você pode tratar seu
tanque principal com lixivia e enxaguá-lo várias vezes.
A melhor maneira de prevenir essa doença é prevenir a sua entrada no aquário pela primeira vez!
E você, já teve essa doença? Conhece alguém que já teve? Tem
algo a acrescentar?
Deixe nos comentários, você pode ajudar a enriquecer esse artigo!
A Academia do Aquário tem como missão fornecer o melhor do alimento vivo para seus peixes e corais e também levar conhecimento a todos os aquaristas.
Retirado de:
Marine
Fish Health And Disease (Saltwater Aquarium Advice Series Book 4) (
Imagens retiradas de:
https://www.semanticscholar.org/paper/Getting-Acquainted-with-Amyloodinium-ocellatum-Smith-Schwarz/e5c85c992feee6855b31b20707f947a0d9b895bf
https://gia.org.br/portal/amyloodinium-ocellatum/
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