sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Macroalgas X Rhizophora (“Talos de Mangue”)


Hipótese: Dada a textura fibrosa, seu sistema radicular e a estrutura sólida das Rhizophoras (que chamaremos daqui pra frente de talos de mangue); eles podem captar e remover mais nutrientes do que as espécies de macroalgas que conhecemos?


Introdução:

Inverter o fotoperíodo para a fotossíntese do refúgio é muito popular. É uma prática comum colocar macroalgas que possuem propriedades de extração de nutrientes nesses locais. Mais recentemente temos visto o incentivo para o uso também de talos de mangue para a mesma função. Talos de Mangue são considerados excelentes para extração de nutrientes. 

Além do que eles tem outros aspectos benéficos além das macroalgas que incluem: estabilidade (não soltam esporos durante a reprodução – Caulerpas são perigosas nesse sentido) falta de componentes químicos, requerem pouco espaço para crescer, proporcionam uma boa estrutura física para outros organismos e removem ao invés de reciclar nutrientes. apelo estético, fácil de podar e taxas de crescimento rápidas. 


Objetivo


O propósito desse estudo são basicamente dois: Primeiro os investigadores procuraram comparar o “peso seco” (que representam a extração de Nitrogênio e Fósforo) de talos de mangue e macroalgas. Segundo, o projeto foi designado para medir exatamente os nutrientes, com ênfase em comparações úteis e terminologias para aquaristas marinhos.



Revisão de Literatura

Muitos estudos tem se focado nos limites do crescimento de algas em sistemas de aquários baseados nas taxas de remoção de Nitrogênio e Fósforo  (Rosenberg e Ramus 1981, Rosenberg e Ramus 1982, Lapointe et al. 1987, Littler et al. 1991, Lapointe et al. 1992, Smith & Buddemeier 1992, Fong et al. 1994,) Um estudo importante e norteados nessa área analizou a taxa de Nitrogênio e Fósforo no tecido das algas  (Larned 1998). Estes estudos são a  base de muitos projetos anteriores e posteriores ao desse autor (Blundell 2003). 

Estudos anteriores em sistemas de cativeiro ou em aquários são difíceis de entender ou de pouco uso para aquaristas domésticos. A principal razão para esse essa dificuldade é que esses estudos oferecem medidas em gramas/dia ou  gramas / polegada linear ou peso seco / metro quadrado que são difíceis para aquaristas domésticos entenderem. Esse projeto foi uma tentativa do autor para resolver esses enigmas. 

Procedimento

Os pesquisadores pediram doações de algas e talos de mangue a aquaristas locais. Os doadores foram instruídos a doar uma “mão cheia” de algas. Enquanto isso pode soar cientificamente pobre, é o para os aquaristas é um termo bem conhecido. Portanto os dados reais são estimados, mas generalizações certamente foram feitas.

As amostras de algas (uma “mão cheia”) e talos de mangue foram recebidos. Todas as amostras foram secas e depois pesadas. Essa medida é um passo de controle e não será usada na análise final. Então as amostras foram colocadas em sacolas laminadas previamente pesadas. Nota: os talos de mangue foram primeiro  cortados em partes, divididos em caules, raízes e folhas. As sacolas foram então cozidas a 180 ºC por seis horas. 

Depois desse tempo as sacolas foram congeladas e então pesadas novamente. Isso pode permitir a pesagem do “peso seco” das amostras. Os conteúdos de cada sacola foram então retirados e pesados separados das sacolas (que também foram pesadas novamente como controle). Os pesos anteriores das amostras foram então comparados com os atuais  e eram idênticos em tamanho.


Tabela


Conclusão


Nesse estudo, descobrimos que uma “mão cheia” de Chaetomorpha e Caulerpa contém 5,7 gramas e 2,59 gramas de peso seco respectivamente. No talo de mangue (medindo 43cm e com seis folhas) pesa 10,3 gramas de peso seco. Se um aquarista doméstico conseguir crescer uma “mão cheia” de macroalgas em seu sump todo mês, isso corresponde a 34,2 gramas de Chaetomorpha e 15,54 gramas de Caolerpa. O que corresponderá a crescer 3 plantas de mangue inteiras comparando com a  Chaetomorpha ou 1,5 planta de mangue no caso da Caolerpa. E isso tudo no mesmo tempo e no mesmo aquário!!! Esse tipo de crescimento para as algas é comum, mas para os talos de mangue não tem precedentes. Portanto nossa hipótese estava errada e foi refutada nesse estudo. O ponto de vista seguido pelo autor é que o talo de mangue pode ser útil para os aquários, mas que em termos e extração de nutrientes eles são muito inferiores do que as macroalgas.


Referências



  1. Blundell, A. (2003) Measurement of macroalgae dry weights. Reef Ramblings 2003: 1-3.
  2. Fong, P., Donohoe, R.M., Zedler, J.B. (1994) Nutrient concentrations in tissue of the macroalga Enteromorpha sp. as an indicator of nutrient history: an experimental evaluation using field microcosms. Mar Ecol Prog Ser 106: 273-282.Algae2.JPG
  3. Lapointe, B.E., Littler, M.M., Littler, D.S. (1987) A comparison of nutrient-limited productivity in macroalgae from a Caribbean barrier reef and from a mangrove ecosystem. Aquat Bot 28: 243-255.
  4. Lapointe, B.E., Littler, M.M., Littler, D.S. (1992) Nutrient availability to marine macroalgae in siliciclastic versus carbonate-rich coastal waters. Estuaries 15: 75-82.
  5. Larned, S.T. (1998) Nitrogen- versus phosphorus-limited growth and sources of nutrients for coral reef macroalgae. Marine Biology 132: 409-421.
  6. Littler, M.M., Littler, D.S., Titlyanov, E.A. (1991) Comparisons of N- and P-limited productivity between high granitic islands versus low carbonate atolls in the Seychelles Archipelago: a test of the relative-dominance paradigm. Coral Reefs 10: 199-209.Algae3leaves.JPG
  7. Rosenberg, G., Ramus, J. (1981) Ecological growth strategies in the seaweeds, Gracilaria folifera (Rhodophyceae) and Ulva sp. (Chlorophyceae): the rate and timing of growth. Botanica mar 24: 583-589.
  8. Rosenberg, G., Ramus, J. (1982) Ecological growth strategies in the seaweeds, Gracilaria folifera (Rhodophyceae) and Ulva sp. (Chlorophyceae): soluble nitrogen and reserve carbohydrates. Mar Biol 66: 251-259.
  9. Smith, S.V., Buddemeier, R.W. (1992) Global change and coral reef ecosystems. A Rev ecol Syst 23: 89-118.


Texto original em: 
https://reefs.com/magazine/lateral-lines-macroalgae-vs-mangrove-growth-and-nutrient-uptake/
Imagens retiradas de:
https://br.vazlon.com/raiz-para-aquario
https://www.ebay.com/itm/2-Golf-Ball-Super-Clean-For-Chaeto-Reactor-Chaetomorpha-Macro-Algae-Saltwater-/162968563338

Um comentário:

  1. Problems with old parks is that they are “old” wanting – we'd like lovely landscaped areas designed with function, like the unbelievable Underline project that's increasing. Well-designed parks improve property values 메리트카지노 and enterprise. The solely regulation set in stone is the max 1049 ft constructing top. And the amount of development the city is allowing with completely no improve to our infrastructure is unbelievable.

    ResponderExcluir

Postagens populares

Pesquisar

Tecnologia do Blogger.

Outros artigos

randomposts

recentes

recentposts